Palavras Que Libertam

CULTURA, BINHO (ORG.)
VERMELHO MARINHO

50,00

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Palavras que Libertam reúne mais de 100 depoimentos de jovens infratores que foram privados da liberdade e tiveram que cumprir medidas socioeducativas. Acreditar que outra chance é possível, reescrevendo a própria história e construindo um novo caminho é a missão do Palavras que Libertam. A maioria desses jovens seguiu os conselhos, colocando em prática cada palavra escrita nas aulas, como um contrato firmado e cumprido. Mas as histórias servem de alerta para quem não viveu essa vida e não precisa sentir na pele a privação de liberdade para valorizar a vida longe das grades. Por mais difícil que seja para a grande maioria conseguir oportunidades, a esperança habita nas páginas dos livros. Paulo Freire dizia que a Educação muda pessoas e pessoas mudam o mundo. Se a vida é uma escola, o tempo é o professor, somos todos aprendizes e quanto mais vivemos, mais temos a chance de aprender. Entre a Sala de aula e a Cela há uma linha tênue que divide o erro, a infração e o crime. Há sempre escolhas melhores a serem feitas, um lugar de ensino é um lugar de crescimento. O professor tempo é implacável: ele ensina no amor, na marra ou na dor. Para evitar uma vida cheia de arrependimentos é importante valorizar quem está ao seu lado, torcendo pelo seu crescimento, por sua educação, estendendo a mão para te levantar, te aplaudindo ao te ver vencer, mas às vezes é preciso repreender ao mostrar que entre o certo e o errado não há meio termo. Machado de Assis ironiza as Transformações Sociais em O Alienista, Racionais Mcs narram um Brasil a partir do Capão Redondo, Emicida fala de um expoente que o preto pobre luta para alcançar e dar uma vida melhor para sua Rainha, Djamila Ribeiro traz a escrita preta feminina potente na academia, quem conhece o Quarto de Despejo de Maria Carolina de Jesus sabe que as Ruas, os Barracos e as Casas no Morro, nas Favelas, Periferias, Quebradas, Grotões, Vilas, Cidades Satélites, são os territórios onde esses adolescentes nasceram, foram criados e tiveram suas vidas interrompidas antes mesmo de morrerem. Este livro não é uma crônica do ponto de vista de quem está de fora. Palavras que Libertam é um desabafo, um grito, um pedido de socorro, escrito por quem viveu na pele todas as formas de abandonos e violências, outros que foram iludidos por más influências, num mundo onde cabeça fraca só se dá mal e chegar aos dezoito anos parece tão distante, mas como Conceição Evaristo bem escreveu: “Eles combinaram de nos matar, a gente combinamos de não morrer!” Por isso escrever é um ato de liberdade, principalmente para quem vive com a mente a milhão, cheio de revolta no coração. Se você não sabe o que é Papo Reto, leia com bastante atenção cada palavra desses textos. Binho Cultura foi batizado como George Cleber Alves da Silva, tem 43 anos, filho de Maria Alves e Aroldo Nunes (in memoriam), casado há 25 anos, pai de dois filhos e avô estreante. Este Cria da Vila Aliança é um apaixonado pelas Vilas Kennedy e Vintém. Considerado Embaixador das Favelas por ser um diplomata na mediação de conflitos, criador de Projetos importantes, cunhou a frase “Minha Facção é a Cultura!” para marcar seu lugar de fala por onde passasse, sendo respeitado dentro e fora dos muros que dividem a Cidade Partida pelas desigualdades explícitas do Rio de Janeiro.