Os Cadernos de Pagu

TEIXEIRA, LUCIA
EDITORA REFORMATORIO

69,90

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O livro Os Cadernos de Pagu: manuscritos de Patrícia Galvão, com organização e notas da escritora Lúcia Teixeira, biógrafa de Pagu, chega para jogar luz na vida e obra de Patrícia Galvão. Neste livro, Lúcia apresenta cinco cadernos manuscritos inéditos de Pagu, dos anos 1920 a 1960 (até sua morte), revelando aspectos desconhecidos, desde a incursão dela no Modernismo Antropofágico, a produção de texto na fase de adesão político partidária, seus primeiros passos como dramaturga, em inéditas peças teatrais, a partir de 1931, além de escritos sobre literatura e outros escritores e algumas cartas para Oswald de Andrade e Geraldo Ferraz, entre outros destinatários. Pagu nos guia, nessa inédita produção, como documentalista de si própria, em profusa e fragmentada autobiografia, dos anos 1920 até sua morte, e no diálogo com outros poetas e prosadores que a influenciaram. Nestes cadernos estão registrados seu tempo particular, surpreendente e único, com seu modo vivo de pensar e de escrever o mundo. Para Lúcia Teixeira, Pagu continua sendo a voz que clama, em um mundo ameaçado pela morte e desintegração, como o que vivemos, pela conciliação necessária do papel do pensador, do escritor, entre o trabalho e a cultura. Lúcia também destaca o interesse de Pagu pelo teatro já em suas primeiras produções, ainda e, até agora, inéditas. Esse amor pelo teatro se inicia nos manuscritos e até a entrega total ao fazer teatral, como gestora, tradutora, fazendo da transgressão ato criador, até sua morte, nos anos 1960. Pagu analisou de forma crítica sua própria produção, fazendo um balanço da Literatura Moderna do Brasil. No Suplemento Literário do jornal O Diário de São Paulo, em 1946, por exemplo, contestou “a fanática gente da literatura social” e justificou citando Marx, leitor de Balzac: “Uma obra literária só existe em função de seu valor literário”. Outra descoberta nos manuscritos foi a defesa das mulheres, exploradas em sua condição de gênero social ou como trabalhadoras, onde também aparece o papel do racismo na questão da opressão de gênero e manutenção das desigualdades estruturais que Pagu já combatia nos anos 20. Pagu sempre esteve à frente de seu tempo. Portanto, nada mais justo do que relembrá-la e universalizar sua produção e importância para a cultura brasileira. Ter estes manuscritos da Pagu publicados em livro é não só um registro para tornar este material mais acessível e conhecido, mas também um excelente objeto de estudo e pesquisa da vida e obra de Patrícia Galvão. São anotações, rascunhos, ideias para livros e peças de teatro, livros iniciados, e até uma lista de compras pessoal, que nos permite não só uma crítica genética do seu trabalho como escritora, mas também nos possibilita perceber de maneira mais sublime, seu estado de espirito em cada fase, em cada mudança e escolha de caligrafia, em cada acontecimento em sua vida pessoal. Os originais nos aproximam, particular e carinhosamente, dessa grande figura: “Ativista política, ícone do feminismo e de mudanças de comportamento, mulher forte nas falas e escritas, com a imagem muitas vezes deturpada por alguns, que aqui se desmistifica, nas muitas fragilidades expostas nas entrelinhas destes cadernos, por sua própria conta, por seus próprios escritos. VIVA PAGU!