Precoce

HARWICZ, ARIANA
INSTANTE EDITORA

54,90

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Após Morra, amor e A débil mental, a argentina Ariana Harwicz conclui a “trilogia da paixão” com um romance perturbador sobre mãe e filho adolescente que levam uma vida marginal, em uma narrativa na qual a angústia e a loucura desempenham um papel central. Em um ambiente rural, mãe e filho levam a vida no limite – do amor, da obsessão e da indigência. Caçam, vasculham o lixo, vagam pelas ruas, são perseguidos por policiais e assistentes sociais. A mulher, embora dependente do amante casado que a rejeita, é também a mãe obstinada que teme perder o filho, o qual vê rapidamente se transformar em homem. Nessa relação ambígua, a distorção na estrutura familiar tradicional questiona os papéis conferidos à mulher pela sociedade, sobretudo aquele ligado à maternidade: “Mas agora me beija e nos desfazemos, não mãe e filho, dois clandestinos que se cruzam numa parada, dois aturdidos no alto de um refúgio, dois punks que atravessam a Europa comendo do lixo público, na França, na Alemanha, na Itália, os lixos cheios, sanduíches mordidos”. Precoce foi publicado originalmente em 2016 e fecha a chamada “trilogia da paixão”, na qual Ariana Harwicz contesta a imagem beatífica da maternidade e escancara, como ela mesma afirma, o sinistro e o belo do vínculo entre mãe e filho, marcado por pulsões carnais e pelo tabu do incesto. No mundo ficcional cruel e poético de Harwicz, o amor é desequilibrado, movido por desejo e violência. Dessa trilogia “involuntária” também fazem parte os romances Morra, amor [Matate, amor], de 2012, e A débil mental [La débil mental], de 2014, publicados pela Editora Instante em 2019 e 2020, respectivamente. Em 2018, a edição em inglês de seu livro de estreia, Morra, amor, foi indicada ao Man Booker International Prize; em 2019, A débil mental foi adaptado para o teatro na Argentina. Harwicz também é autora de Degenerado, de 2019. QUEM É ARIANA HARWICZ? É escritora, roteirista, dramaturga e documentarista. Nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 1977, e, após estudar roteiro e teatro em seu país natal, mudou-se para a França. Lá se graduou em Artes Cênicas pela Universidade Paris VII e obteve o mestrado em Literatura Comparada pela Sorbonne. Deu aulas de roteiro e escreveu duas peças, além de ter dirigido El Día del Ceviche [O Dia do Ceviche], documentário exibido em festivais internacionais. Atualmente, mora com a família em uma pequena cidade próxima a Paris. POR QUE LER ESTE LIVRO? • Ler Ariana Harwicz é experimentar uma literatura que é intensidade e desejo, uma afirmação da vida contra os impulsos da morte — algo de que somente os grandes escritores são capazes. • Comparada a Virginia Woolf, Sylvia Plath, Clarice Lispector e Nathalie Sarraute, Harwicz é uma das figuras mais radicais da literatura argentina contemporânea. • Sua prosa é caracterizada por violência, erotismo, ironia e crítica aos clichês ligados às noções de família e às relações tradicionais, sobretudo ao papel da mulher. • Precoce fecha impecavelmente a trilogia: nele também há a mulher apaixonada por um homem comprometido, mas dessa vez seu amor é correspondido, ainda que em outra dimensão amorosa, pelo próprio filho. • A edição em inglês de Morra, amor foi indicada em 2018 ao Man Booker International Prize.