A Cultura Que Se Planeja - Políticas Culturais, Do Ministério da Cultura ao Governo Bolsonaro

DIAS, CAIO GONCALVES
MORULA EDITORA

35,00

Estoque: 4

“A pesquisa de Caio Gonçalves Dias procura entender como a cultura foi pensada durante o processo de mocratização, e a persegue até a dissolução material e simbólica experimentada desde o início do governo Bolsonaro. Apresenta, em doses equilibradas, a escrita sensível de seu autor, a teoria em momento certo, uma narrativa límpida e ao mesmo tempo crítica. A obra se debruça no passado, mas ilumina os abismos do presente, com o Ministério sendo liderado por pessoas sem preocupação com a cultura e suas potencialidades. A cultura é o que faz, e Caio mostra como ela, que já teve papel central nos planos de governo e na imaginação dos brasileiros, se encontra hoje sucateada e controlada por políticos que veem nela uma bengala; não um instrumento da e para a cidadania. O leitor tem nas mãos uma história bem contada, bem escrita, documentada e exemplar na análise que realiza. É ler sem parar.” Lilia Moritz Schwarcz ___________ “O livro de Caio Gonçalves Dias vem preencher um importante espaço reflexivo sub-representado e subavaliado. Suspendendo os sentidos comuns de cultura, políticas públicas e políticas culturais, o autor toma para cenário de sua análise o amplo ciclo da mocratização após a ditadura civil-militar instalada com o golpe de Estado de 1964 (sendo consciente do que vem antes e presenciando e vivendo o que é o momento contemporâneo), focada nos processos de institucionalização de imagens da cultura, e de sua organização em um Ministério há muito reivindicado. Com base numa sólida pesquisa de mais de uma década, em que a etnografia a partir de documentos, a leitura fina da bibliografia analítica existente, as reflexões teóricas de uma antropologia do Estado, além do implícito de sua ampla experiência de atuação em numerosas iniciativas do terceiro setor na esfera das ações culturais, Caio Gonçalves Dias nos mostra ao longo dos oito capítulos do livro como sucessivos modelos de gestão da pasta acabam por confluir no tratamento das ações de Estado, e de que forma ampliariam significativamente o lugar social da cultura, sendo elemento essencial da construção do Brasil democrático que se busca destruir desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao promover tais deslocamentos e desenraizar a discussão das políticas culturais de um nicho confortável, Caio Gonçalves Dias as desloca para o campo da guerra continuada sob a forma de exercícios de poder, em especial de poderes estatizados. Com isso permite que entendamos como o cenário contemporâneo da chamada “guerra cultural” se tornou possível, hoje se faz Estado e busca dissolver as construções anteriores. Longe da ausência de uma política, vê-se a intenção de destruir e ocupar com valores e quadros ligados às mais variadas vertentes do que vem sendo chamado de (neo)conservadorismo. Aqui, o “governo da cultura” não se encerrou, ou se constitui num “desgoverno”, mas se dá pela tentativa de (re)orientar sua produção no rumo dos valores (neo)conservadores e autoritários.” Antonio Carlos de Souza Lima