O Horizonte - Conversas Sem Ruído Entre Sanguinetti e Mujica

FERREIRO, ALEJANDRO E PEREYRA, GABRIEL
LPM

64,90

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"Diálogo de gigantes“Para mim, a frugalidade é uma maneira de viver [...]. Porque se eu deixar que as necessidades se multipliquem ao infinito, tenho que viver para cobrir essas necessidades e não me sobra tempo para fazer as coisas que me motivam. [...] Pobre é quem precisa de muito. Ou, como dizem os aimaras, pobre é o que não tem uma comunidade.”Pepe Mujica“O erro é acreditar que a democracia é um sistema perfeito e, em segundo lugar, achar que a democracia garante um bom governo, porque isso depende dos cidadãos. O que a democracia nos garante é a liberdade de nos livrarmos de um governo de que não gostamos por meio de um método pacífico.”Julio María SanguinettiEste livro traz uma longa conversa – dividida em seis encontros – entre Pepe Mujica e Julio María Sanguinetti, ex-presidentes do Uruguai. Os dois estadistas debatem sobre a política, a história, a administração pública e a vida, num exemplo de que o diálogo civilizado é possível e desejável entre pessoas de campos ideológicos opostos.Um é liberal, o outro, socialista; um defende protocolos e liturgias, o outro gosta de implodir formalidades; um usa terno e sapatos de solado de couro, o outro, camisa de lenhador e sandálias. Os dois passaram dos 80 anos de vida. Ambos foram presidentes do Uruguai: Julio María Sanguinetti, de 1985 a 1990 e de 1995 a 2000; Pepe Mujica, de 2010 a 2015. Numa experiência rara, os dois ex-presidentes se encontram para seis longas sessões, longe do escrutínio público, em um ambiente descontraído, para conversar livremente. O resultado é este livro – um exemplo de civilidade –, que aspira a superar a urgência efêmera do debate político, hoje tão raso quanto polarizado em todo o mundo.Mais do que falar sobre o passado e sobre seus mandatos presidenciais, eles conversam sobre os desafios da atualidade. As reflexões destes dois octagenários são verdadeiras aulas. Eles, que na política e no exercício do poder parecem ter visto de tudo, concordam que aquelas coisas que dividem os seres humanos não devem impedi-los de dialogar. Com rara sabedoria, erudição e vivência, eles nos brindam com reflexões e debates sobre temas variados; do papel da guerra e do futebol na história da humanidade às relações entre avós e netos, passando pela ascensão de governos autoritários em todo o mundo, a crise da imprensa profissional, os legados da colonização hispano-portuguesa da América Latina, lembranças de infâncias durante a Segunda Guerra Mundial, numa época de escassez e carros movidos a lenha, aspectos pouco discutidos do pensamento de Adam Smith e Karl Marx, a sociedade digital pós-industrial e a vida frenética dos dias de hoje. Esta deleitável leitura nos restitui o gosto pela política e pela administração pública, e relembra que apenas conversando e superando as diferenças os seres humanos conseguem avançar na direção do horizonte – e de um futuro desejável para as próximas gerações." Argumentos de venda:"1. No segundo semestre de 2022, ao longo de seis semanas, a convite dos autores, Julio Maria Sanguinetti e José “Pepe” Mujica, dois ex-presidentes vivos do Uruguai, se encontraram na sede uruguaia da editora Random House em Montevidéu para conversar sobre assuntos variados. 2. O resultado é este livro verdadeiramente delicioso, em que os dois octagenários - políticos aposentados de campos ideológicos opostos - falam sobre os mesmos temas e examinam, conjuntamente, os desafios para o futuro. 3. Num mundo hiperconectado, repleto de bolhas e polarizado, a conversa dos dois - verdadeiros sábios - é um sopro de ar fresco. Embora um seja de direita e outro de esquerda, a troca é riquíssima, civilizada e civilizatória. 4. Abordam tópicos de geopolítica, história, desafios do Uruguai e da América Latina, mas também lembranças de infância (os dois têm menos de um ano de diferença) e os prazeres da velhice. 5. Mujica gosta de cultivar a terra (é conhecido o episódio em que, ao sair da prisão, após 12 anos de torturas e privações, ele o fez levando consigo um penico que lhe fora dado e onde plantara uma flor); Sanguinetti, de conviver com filhos, netos e bisnetos (desde a pandemia, passaram a utilizar o Zoom para encontros familiares intercontinentais). 6. Conversam também sobre tópicos de ciência política, como aspectos do pensamento de Adam Smith e de Karl Marx que são pouco conhecidos. (“Com Adam Smith acontece o mesmo que com Karl Marx, todos os citam e poucos os leram”, diz Sanguinetti a certa altura.) 7. Ambos são homens extremamente eruditos, que comentam os problemas e assuntos de hoje com perspectivas históricas ricas (por exemplo, sobre como era a democracia grega, ou quais os legados feudais da colonização hispânica na América Latina). 8. As conversas são envolventes, cativantes e às vezes muito engraçadas, como quando opinam sobre o envelhecimento demográfico por que passa o Uruguai (“se continuarmos com esse nível demográfico, vamos acabar como uma peça de museu. Terão que botar um uruguaio num museu de antropologia”. “Espécie em extinção.”). Ao falarem sobre o bem-vindo e crescente papel das mulheres na vida pública e o fato de elas já serem maioria no judiciário uruguaio: “Vamos pedir cota.” “Vamos ter que pedir cota, sim.” 9. Os autores são Alejandro Ferreiro e Gabriel Pereyra, jornalistas e escritores uruguaios. Ao longo do livro, fazem alguns breves comentários, como sobre o dia em que subiram ao terraço do prédio para fazer a sessão de fotos para a capa do livro: “Quando saímos do elevador, chegando a um pequeno espaço iluminado por um sol radiante e exagerado, descobrimos que o acesso ao terraço estava fechado. Era preciso esperar, um pouco desconfortáveis e sem espaço para muitos movimentos. Sanguinetti olhou de modo cúmplice para Mujica: ‘Pepe, só no Uruguai nos trancam com um fotógrafo, sem segurança, em dois metros quadrados e sem possibilidade de nos mexermos’”. 10. Livro ideal para quem gosta de atualidades, política, jornalismo, história, entrevistas e políticas públicas. "