Bancos e Finanças Na Formação Do Capitalismo Brasileiro 1890-1914

NOZAKI, WILLIAM
ALAMEDA CASA EDITORIAL

64,00

Esgotado

O presente trabalho examina as relações entre as finanças internacionais e os bancos nacionais no Brasil durante a passagem do século XIX ao XX. Toma-se como ponto de partida as mudanças no sistema monetário internacional, com a hegemonia financeira britânica, e as transformações no sistema interestatal, com a ascensão comercial norte-americana, a fim de se analisar a dependência financeira do Brasil. Desse modo, busca-se verificar as possibilidades econômicas e os obstáculos históricos que impediram a criação de um sistema bancário nacional e de um mercado de capitais brasileiro nesse período, para tanto, avaliam-se as reformas monetárias e as políticas creditícias desde a reforma bancária de 1890 até o funding loan de 1914. Além disso, observam-se as trajetórias, paralelas e complementares, dos sistemas bancários locais no Rio de Janeiro e em São Paulo para que se possam explicitar as combinações entre as estratégias do Estado e os interesses dos bancos no país. Ao final, estabelecem-se as conexões entre o capitalismo financeiro e monopolista na esfera internacional e o capitalismo rentista e privatista no plano nacional. A espinha dorsal que atravessa o texto tem como ponto de partida a constatação de que a moeda não é apenas um bem público a serviço da facilitação das trocas, mas é sobretudo um bem privado a serviço da articulação entre os donos do poder e os donos do dinheiro, entre a acumulação de poder e a acumulação de capital. No caso brasileiro, a formação tardia dos bancos e das finanças, entre 1890 e 1914, abriu caminhos para a construção de um proto-sistema de crédito baseado em relações intrincadas entre o Estado e as famílias abastadas, em um ambiente político e econômico marcado, de nascença, pelo rentismo e pelo privatismo, ambos contribuindo para a substituição de um projeto nacional de longo-prazo por uma coleção de negócios particulares orientados para ganhos de curto-prazo, um problema estrutural presente na economia e na política brasileiras até a atualidade.
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