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Militão Augusto De Azevedo - Fotografia, História e Antropologia
ARAUJO, IRIS MORAIS
ALAMEDA CASA EDITORIAL
95,00
Sob encomenda 8 dias
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Clicar São Paulo em meados do século XIX não era tarefa fácil. Essa cidade de barro, que mantinha e fazia conviver sinais dos novos tempos, com o perfil colonial, que insistia teimosamente em permanecer e perdurar, era tarefa de Militão; ao mesmo tempo um artista e um artesão. O fotógrafo padecia de uma espécie de “complexo de Nabuco”, uma vez que se a realidade com a qual lidava diariamente era brasileira (e pior, paulistana), a imaginação continuava europeia. Ou seja, nosso artista, como bom artista, não se afastava de seu contexto, ou do imaginário desse momento, e tentava encontrar uma imagem progredida dessa urbe ou mesmo “admirável”. No entanto, o que sua lente gravava era bastante distinto, uma vez que temporalidades variadas conviviam: a pressa desse final de século, com a morosidade do tempo das carroças e da poeira fácil; a era da miríade de invenções, com uma população pouco afeita a tanta novidade. Militão, por seu turno lidava de maneira ambivalente diante da realidade com que diariamente se deparava. Sua clientela não era tão distinta como gostaria de apostar; São Paulo escapava do modelo que então se idealizava.
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