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Pensamento Feminista - Conceitos Fundamentais
HOLANDA, HELOISA BUARQUE
BAZAR DO TEMPO
98,00
Esgotado
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Se hoje ideias como lugar de fala, teoria queer e decolonialismo ganham espaço nas
reivindicações feministas contemporâneas, elas tiveram sua origem em pesquisas e teorias
desenvolvidas ao longo das últimas décadas por estudiosas e ativistas como Teresa de
Lauretis, Donna Haraway, Maria Lugones, Nancy Fraser, Sandra Harding, Judith Butler,
Gloria Andalzúa, além de brasileiras como Lélia Gonzales e Sueli Carneiro. É nesse eco de
construções e indagações, dos anos 1980 até os dias de hoje, que acompanhamos a
consolidação de um importante campo de saber. A missão deste livro é, portanto, a de
facilitar o estudo das tendências teóricas e o avanço dos trabalhos acadêmicos e políticos
em torno da questão de gênero, tema tão amplo quanto polêmico e fundamental no contexto
atual.
Organizado por Heloisa Buarque de Hollanda, ela mesma referência no campo dos
estudos feministas no Brasil, tendo sido responsável pela edição no país de obras
importantes como Tendências e Impasses, o feminismo como crítica da cultura (1994), em
que apresentava alguns desses textos e autoras de forma pioneira, a presente coletânea
reúne dezenove ensaios, tendo seu ponto de partida nos anos 1980, momento em que a
própria ideia de gênero se consolida em suas abordagens mais relacionais e culturais, de
que são exemplo trabalhos como os de Joan Scott, Nancy Fraser, Sandra Harding e Monique
Wittig. Em um segundo momento, ainda na década de 1980, as reinvindicações específicas
ganham espaço e a interseccionalidade, atualmente tão presente nas pautas feministas, se
destaca nas vozes contestatórias de Audre Lorde, Patricia Collins, Gayatri Spivak, Lélia
Gonzales e Sueli Carneiro. Já no século XXI, em uma frente mais radical, se enunciam os
conceitos contemporâneos de contrassexualidade, queer, sexopolítica, em que Judith Butler
e Paul Beatriz Preciado se destacam como tendência revolucionária, atravessando os
campos da teoria e da política.
Como a organizadora explica em seu texto introdutório, se essa seleção teve como
mote a vontade de compartilhar uma experiência intelectual pessoal, pensando no tempo
presente e nas novas gerações que se formam e se articulam, ela revela também, na própria
escolha e articulação dos artigos, a necessidade de fazer um alerta: “que o feminismo do
século XXI coloque na agenda a urgência do questionamento das tão perigosas quanto
dissimuladas tecnologias de produção das sexualidades e a responsabilidade de recusar
qualquer hierarquia ou prioridade na luta contra a opressão de todas as mulheres, em suas
mais diversas características de gênero, raça, etnia ou religião.”
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