A Vocação do Prazer 

ARAUJO, ROSA MARIA BARBOSA
ROCCO

43,00

Esgotado

Podem falar mal do Rio de Janeiro. Dizer que a cidade ficou violenta, perdeu a qualidade de vida e o charme de capital cultural do país. Mas a vocação do carioca para a alegria é mais antiga do que se pensa. A historiadora Rosa Maria Barboza de Araújo foi até às origens da Vocação do prazer do Rio, localizando o ponto em que começou a se formar a identidade cultural da cidade — ainda hoje pautada pelo consumo do lazer, inumeráveis opções de diversão e programas para todos os gostos e bolsos, além de um gosto especial pela vida noturna. Não é à toa que nunca se ouviu falar de uma tradicional família carioca (nos moldes das tradicionais famílias mineiras e paulistas). Quando a República foi instaurada, há pouco mais de cem anos, a então capital do Brasil foi a primeira cidade a perder os ares de província e aderir à modernidade cosmopolita. Com a ampliação dos serviços públicos e de atrações de lazer, a família carioca perdeu a cerimônia de freqüentar a rua. O trabalho, a escola, o hospital, a agilidade do bonde e a novidade do automóvel criaram um novo estilo de vida. O carioca tomou gosto pela boêmia, pela vida noturna. O terço foi substituído pelo baralho e o piano pelo violão. As mulheres da elite começaram a sair de casa. Podiam estudar e até trabalhar como professora, se tivessem uma autorização por escrito do marido. Lançou-se a moda da saia-calça feminina, um sucesso absoluto. O ideal do amor romântico chegava ao Rio, acarretando o fim dos casamentos negociados. O namoro no bonde, na janela ou por carta inspirava as donzelas casadoiras e era olhado com complacência pelos pais. Enquanto as moças pobres, mais independentes, ganhavam autonomia para namorar nos bancos de praça. Nascia a "cidade maravilhosa, cheia de encantos mil", onde todos queriam, mas poucos podiam, estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A vocação do prazer, mistura o tom da crônica de costumes ao preciosismo do ensaio histórico, retratando com estilo leve uma extensa pesquisa feita em jornais, livros, arquivos públicos e particulares sobre o Rio de Janeiro de antigamente.
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