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Nascimento Perspectivas Antropológicas
GUALDA; CAMPOS; PRACA; SALIM; SOARES;
ICONE
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Se, no século XIX e no princípio do XX, nascer era uma situação que ocorria no convívio do núcleo familiar, sob atenção da parteira, a introdução da atuação masculina, na pessoa do médico, levou a mulher a parir em unidades de saúde, uma vez que o nascimento passou a ser visto como condição de risco de vida para a mãe e o bebê. Este atendimento medicalizado tirou da mulher a possibilidade de ser agente no processo do nascimento, tornando-a um elemento passivo, sob a vigilância e atuação do profissional da área de saúde. A universalização do assistir biomédico, no entanto, aos poucos foi mostrando que o nascimento exigia mais cuidados além do ato de atender tecnicamente a parturiente e seu filho. Paralelamente, as práticas baseadas em evidências passaram a mostrar que a assistência ao parto poderia ser modificada, excluindo-se determinados procedimentos ou limitando-os ao extremamente necessário, além de propiciar a inserção de práticas, no parto, que trouxessem maior satisfação à mulher e sua família. (...) É nessa linha que a antropologia passa a ter importância para uma compreensão renovada do processo de nascimento. Disciplina especializada no estudo do "Outro", da diversidade sociocultural, a antropologia permitiu desenvolver uma perspectiva crítica frente às nossas "verdades" mais fundamentais, favorecendo a construção de uma nova abordagem do corpo, da saúde e, particularmente, do nascimento.
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