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A gênese da vertigem
ARAUJO, ANTONIO
PERSPECTIVA
92,40
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A arte, pelo menos aquela que deixa um legado, tem seus fundamentos na linguagem, na comunicabilidade, na pertinência e na permanência, o que não quer dizer que, ao aparecer, obras relevantes sejam imediatamente reconhecidas. Muitas vezes são ignoradas ou desprezadas, e outras, polemizadas ou contestadas. De fato, contemporaneamente, constatar ou atribuir valor a uma obra tornou-se tarefa das mais espinhosas e difíceis, seja pela multiplicação de técnicas e modos de apresentação, seja pela complexidade da discussão, em termos acadêmicos, ou ainda pela intensa especulação de um mercado que parece agir e reagir aleatoriamente. A cena teatral brasileira, entretanto, tem demonstrado sua vitalidade e seu frescor, distinguindo-se particularmente no ambiente artístico nacional. O Teatro da Vertigem, nesse contexto, tornou-se uma marca indiscutível desse vigor. Ao recusar uma liderança carismática e personalista e ao assumir o processo de criação como uma construção árdua e coletiva, de um lado, e ao incorporar o ambiente urbano, fazendo de edifícios e paisagens icônicas da cidade palco de seus espetáculos, de outro, o Teatro da Vertigem, agora comemorando vinte anos de estrada, renovou radicalmente a linguagem da arte, para além dos tablados e das fronteiras nacionais. Em A Gênese da Vertigem, que a editora Perspectiva publica em sua coleção Estudos, Antonio Araújo, diretor artístico e um dos idealizadores da companhia, relata o processo de criação de O Paraíso Perdido, espetáculo inaugural do repertório do grupo e encenado pela primeira vez em 1992, na igreja de Santa Ifigênia, em São Paulo, descortinando ao leitor de língua portuguesa o fascinante making of deste que hoje se reconhece ser um marco da cena contemporânea brasileira.
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