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Analogia Do Dissimilar
MACHADO, IRENE A.
PERSPECTIVA
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Renegados, condenados, expurgados pelo dogmatismo ideológico do chamado realismo proletário ou socialista, os princípios poéticos elaborados pelo Formalismo Russo impuseram-se à exegese em nossos dias. São testemunhos disso as teorias da literariedade e as atividades críticas fulcradas nas pesquisas de linguagem, que se constituíram partes relevantes do debate literário da atualidade. O propósito de Analogia do Dissimilar, de Irene A. Machado, não é, porém, reavivar questões polêmicas. O que se busca neste trabalho é a coerência histórica das concepções formalistas, entendidas como uma poética de resistência. Mesmo nos seus momentos mais radicais, o Formalismo Russo criou instrumental teórico imprescindível para a leitura da produção artístico-cultural. Neste sentido, a contribuição formalista é considerada aqui no contexto crítico-criativo da vanguarda que lhe era contemporânea. Assim, as formulações teóricas de V. Chklóvski, B. Eikhenbaum, I. Tinianov, R. Jakobson, O. Brik são examinadas no contexto do teatro de Meyerhold, da poesia de Maiakóvski, da fotografia de Ródtchenko, do cinema do grupo FEKS, enfim, das manifestações da vanguarda construtivista russa dos anos 20. Mas é no confronto do Formalismo Russo com as posições defendidas pelo Círculo de Bakhtin que a coerência histórica ganha um contorno mais preciso. Alguns estudos formalistas, como por exemplo sobre a paródia, a estilização e o skaz, tornaram-se fundamentais para a poética de Bakhtin e sua teoria do dialogismo. Trata-se portanto, de um estudo sobre as contribuições significativas que tanto o Formalismo Russo quanto o Círculo de Bakhtin trouxeram para a compreensão das diferentes representações sígnicas na Arte, inclusive na Literatura.
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