Memórias das Nuvens - O Rio Visto de Cima

ARAUJO, GENILSON
GLOBO

99,90

Esgotado

No inicio de carreira, Genilson Araujo queria ser reporter fotografico. Acabou no radio, mas a camera nao foi descartada. Esta sempre com ele nos voos de helicoptero que faz para cobrir o transito turbulento do Rio de Janeiro. Sua missao e destrinchar as vias de menor movimento para que o ouvinte possa chegar ao seu destino sem tantos atropelos. Sao quinze mil horas no ar em vinte anos de profissao. Ja perdi oculos, celular, dinheiro, jornais objetos que sairam voando em funcao do vento forte , e fui ate confundido com Papai Noel , brinca na abertura de seu livro Memorias das nuvens o Rio visto de cima. Como a paixao pela fotografia se manteve intacta, Genilson achou que poderia, para alem de prestar servico aos cariocas, registrar cenas de impacto que via do alto. Pos-se a trabalhar, entao. No primeiro capitulo do livro, com texto assinado por Carlos Heitor Cony, as nuvens mais parecem pinturas e, num jogo de esconde-revela, deixam entrever os cartoes-postais da cidade, como o Cristo ntor, despido, naquela altura, de sua grandeza tao caracteristica. Como as praias, paradisiacas, sao o destaque do Rio, Genilson clica Copacabana e Ipanema, mas nao esquece a sinuosa Vermelha com o Pao de Acucar a acompanha-la. O mar parece calmo demais para os surfistas que aguardam boas ondas no Recreio dos Bandeirantes, ao mesmo tempo em que a agua na lagoa da Tijuca se rebela contra a invasao de algas e forma um moinho, impressionantemente identico ao olho de um furacao. O escritor Ruy Castro, convidado a comentar o trabalho de Genilson no capitulo Cotidiano , diz: Melhor que ninguem, ele percebe a onipresenca do mar, nossa abencoada submissao a natureza e os ritmos da cosmopole carioca, que segue implacavel, quase esnobe diante de tanta beleza . Beleza das traineiras coloridas e enfileiradas na baia de Guanabara que se soma a tragedia em Belford Roxo, quando chuvas torrenciais deixaram carros a deriva em um mar de lama. Outro contraponto sao os ipes do Itanhanga Golf Club, que parecem dois pingos de tinta amarela no meio das arvores, e o mar em ressaca, cujas ondas invadem a pista do aeroporto Santos Dumont. Para finalizar o livro, o autor agrupou, sob o titulo Luzes , dezoito fotos que mostram desde temporais se aproximando ate o Maracana iluminado para o Pan, em 2007, e para comemorar a Copa do Mundo, em 2010. Registros de uma cidade que tem a beleza natural como pano de fundo e que so o olhar apurado de um fotografo pode capturar.
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