As mulheres de Freud

APPIGNANESI, LISA
RECORD

134,90

Esgotado

Ao analisar um de seus sonhos em A interpretação dos sonhos, Freud se refere a Ela, de Rider Haggard, como “um livro estranho, mas repleto de sentido oculto”, onde o guia pela “estrada cheia de riscos, que leva a uma região ainda não descoberta” é uma mulher. Ela se torna, para Freud, alegoria de seu próprio livro dos sonhos, seu mapa da nobre e perigosa rota que leva à região inexplorada do inconsciente. As mulheres — parentes, amigas ou pacientes — seriam para ele bússolas, e muito mais, ao longo de sua vida. Em AS MULHERES DE FREUD, Lisa Appignanesi e John Forrester dissecam a importância e influência dessas mulheres na vida do pai da psicanálise. Mesmo após a morte de Freud, o fascínio por essas mulheres só aumentou: Sabina Spielrein foi tema de dois filmes e de uma peça escrita por Christopher Hampton. A princesa Marie Bonaparte, que com tanta naturalidade passou da corte ao divã, foi interpretada por Catherine Deneuve. Livros que abordam as primeiras histéricas continuam a ser produzidos, muitas vezes atacando Freud. AS MULHERES DE FREUD analisa as acusações de que Freud seria um misógino, um patriarca conservador que via como principal função das mulheres servir à reprodução da espécie. Os autores examinam, ainda, as mulheres-chave da família de Freud: a mãe, a noiva e esposa, as filhas. O Freud em questão é filho, amante, pai — e sonhador. Rastreiam o desenvolvimento da prática e das teorias de Freud por meio da colaboração com suas pacientes, expondo o Freud médico, desbravador, descobridor e, acima de tudo, ouvinte e narrador. Appignanesi e Forrester focalizam as mulheres distintas e singulares que se tornaram as primeiras analistas no círculo de um Freud amigo e mentor, e lembram de um Freud como teórico do feminino, o Freud da inveja do pênis e do “mítico” orgasmo vaginal. Os autores documentam, também, diversas ocasiões em que as amizades e os relacionamentos íntimos de Freud se entrelaçaram com a análise. AS MULHERES DE FREUD debate todas essas questões. A trajetória dessas mulheres, assim como a história de Freud, são permeadas com o ar estimulante do início do século passado. Algumas vezes, o que hoje parece ter sido feito com muita certeza e consciência do risco envolvido, foi na verdade produto da ingenuidade. Mas a aventura do moderno na qual elas embarcaram, com todos os sofrimentos e tumultos, foi o que virou de cabeça para baixo uma época prosaica e convencional. O nosso mundo é o resultado disso. Entender essas mulheres ajuda a questionar nossas próprias convicções.
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