1994 o Brasil e Tetra

UBERREICH, THIAGO
LETRAS JURIDICAS

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Eu estava na arquibancada do Pacaembu quando Ribeiro, torcedor símbolo do Corinthians, parou para conversar com um grupo sentado ao meu lado. Perguntaram a ele quais eram as chances da seleção brasileira na Copa. A resposta foi direta: "Eu acho que o Brasil nunca esteve tão perto do tetra". Aquela frase ficou na minha cabeça e eu torcia muito para que aquele corintiano folclórico estivesse certo. E felizmente estava! Era maio de 1994 e o país chorava a morte de Ayrton Senna. A vitória no futebol seria dedicada ao grande ídolo do Brasil. (...) Leitores vinham me perguntando se eu iria escrever sobre a Copa disputada nos Estados Unidos, a décima quinta da história. A vontade de ler sobre o "tetra" tem a ver com a memória afetiva de milhões de torcedores, inclusive a minha. (...) E por falar em memória afetiva, a minha casa estava cheia, como poucas vezes eu vi, naquele domingo frio, mas ensolarado de 17 de julho. Estávamos na expectativa pelo desempenho de Romário e Bebeto. Eles eram os principais nomes da seleção que marcou 11 gols em 7 jogos (a mais econômica das cinco campeãs). A decisão, no estádio Rose Bowl, em Pasadena, Califórnia, repetiu a final de 1970 entre Brasil e Itália. Mas, 24 anos depois, o duelo não teve gols. Na disputa por pênaltis, a seleção venceu por 3 a 2 e a cena de Roberto Baggio desolado por perder a última cobrança me marcou para sempre. (...) Era o início de uma nova hegemonia do Brasil na história das Copas. Depois de 1994, a equipe nacional disputou as decisões de 1998, quando foi vice-campeã, e de 2002, ano do pentacampeonato mundial. Ou seja: três finais consecutivas. Espero que as páginas de "1994 o Brasil é tetra" façam bem para a sua memória afetiva! - Thiago Uberreich
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