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Contos de Ficcao Cientifica Reunidos
QUEIROZ, DINAH SILVEIRA DE
INSTANTE EDITORA
74,90
Estoque: 71
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Nesta reunião de duas obras, publicadas ao longo da década de 1960, vemos Dinah exercitar sem medo o
maior alcance de sua inventividade: o estranho e o insólito característicos da ficção científica.
Ao se referir a Dinah Silveira de Queiroz, é impossível não apontar sua versatilidade, a maneira como explorou gêneros, temas, épocas, cenários. E aqui cumpre dizer: Dinah foi também uma pioneira da ficção científica brasileira. Nos mistérios do gênero, foi iniciada aos seis anos pelo pai, Alarico Silveira, ouvindo-o narrar, e às vezes até recriar, clássicos de Júlio Verne e H.G. Wells. Neste volume, estão reunidos dez contos em que a autora explora elementos do gênero, reproduzidos de Eles herdarão a Terra, originalmente publicado em 1960, e de Comba Malina, de 1969. Na carta aos leitores que abre o primeiro livro, diz: “Receba, portanto, a minha procissão fantástica, como as mil e uma faces do autor num espelho partido”.
E não se deve pensar que a incursão de Dinah na ficção científica se restringe a cenários intergalácticos e criaturas extraterrenas (embora os construa com maestria), mas aborda temas urgentes a seu momento histórico, sem soar datados ao público contemporâneo, e profundas questões universais: a perseguição aos marginalizados, os descabimentos nas disputas da política partidária, o terror colonialista e sua profunda relação com a maneira de subjugar a mulher e outras minorias e a busca para uma resposta ao que nos faz humanos. Ora divertidos e marcados por refinada ironia, ora tensos e sombrios, os contos deste volume nos provocam, inquietam, enternecem.
No posfácio para esta nova edição, a pesquisadora Ana Rüsche se refere a um questionamento lançado por Dinah: “Que destino terá a obra de um escritor de nossa época quando raiar o século XXI?”. Hoje, nós, os leitores do famigerado século XXI, estamos certos de que sua literatura inventiva, elegante e resistente aos
modismos perdurará e, quiçá, conforme seus exercícios de futurologia, alcançará outros mundos e seres.
Do prefácio de
RITA LENIRA DE FREITAS BITTENCOURT
“Na década em que Dinah escreve sua ficção científica, o Rio deixa de ser a capital do Brasil, a ditadura civil-militar se instaura, e, em 1970, estaremos diante de verdaeiras máquinas de produzir espetáculo, aparelhos que invadiram todos os lares, enquanto a máquina de guerra estatal se empenhava em domesticar, pela violência extrema, os corpos indóceis. Os chamados ‘contos absurdos’ perdiam de longe para a dita realidade.”
Do posfácio de ANA RÜSCHE
“É por meio de sua ficção científica que Dinah consegue penetrar nas camadas autoritárias e mergulhar em outros imaginários possíveis.”
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