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História Da Experiência Das Epidemias No Brasil
MEDEIROS, CLAUDIO
GLAC EDITORA
65,00
Estoque: 18
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Este livro é a expressão de uma pesquisa original e rigorosa de filosofia brasileira contemporânea. A categoria “filosofia brasileira” não significa aqui uma reflexão “autóctone”, preocupada apenas com sua própria identidade. Tampouco é condescendente com a prática reiterada nas faculdades de filosofia no Brasil, que é a de glosar os conceitos de autores europeus e divulgar suas doutrinas. Claudio Medeiros escreve um livro que usa metodologicamente pensadores como Foucault e Deleuze, sem precisar citá-los academicamente, para traçar uma genealogia da medicina política. Com apurada investigação em arquivos da cidade do Rio de Janeiro oitocentista em torno das “visibilidades e enunciabilidades” do “dispositivo médico-higienista” e em sintonia com uma criação de conceitos singulares sobre as linhas de fuga das resistências populares, a pesquisa de Medeiros é uma contribuição ao nosso tempo. As três linhas intensivas que compõem o livro – transformações urbanas na Corte Imperial; as práticas higienistas em suas relações com a experiência da epidemia; a cidadania negra e as insurgências cotidianas – tramam um enredo genealógico entretecido na historiografia, na literatura, na arquitetura, na filosofia, mas esses caminhos a todo momento formarão encruzilhadas: são vias que passarão por vielas, quebradas, becos, morros e matas. Ali estarão os viventes: pessoas escravizadas e forros, quilombistas urbanos, abolicionistas, curandeiros, assimilados e conspiradores. As almas encantadas dos subúrbios. O texto de Claudio Medeiros é uma tentativa de fazer justiça a essas pessoas. A genealogia é também uma memória de rastros das vivências, um ritual de invocação imediatamente político que nos fala sobre destruições e resistências, desaparecimentos e aparições: sobre aqueles muros destruídos que “não serviram para aproximar, mas para resolver um excesso de presença”.
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