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João
TELARANHA EDICOES
74,00
Sem Encomenda
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"João" pode ser considerado um romance, uma obra epistolar e um objeto de arte, ainda assim nenhuma dessas definições seria capaz de encerrá-lo, pois João é antes de tudo um procedimento. O método envolveu um certo descaso para que o acaso também pudesse operar. Ronie Rodrigues usa como texto de fundo o livro "Harmada", de João Gilberto Noll, e, por meio do procedimento de apagamento, cria algo outro, sem inserir palavra ou sinal algum. Desloca e elimina páginas; é preciosista e intrigante na atenção à pontuação. Como se fossem decididas de antemão as restrições para uma escrita performática, o imprevisível não deixa de atuar, de modo que o endereçamento se torna enganoso, os personagens, movediços, porque o procedimento é parte e não apenas seu modo de realização. O que chega às nossas mãos é uma escrita concisa, mas repleta de ranhuras daquilo que não cedeu ao apagamento; os resquícios são contratempos em "João". (Lia Duarte Mota)
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