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Plínio, o Jovem - Epístolas Completas - Volume 2
PLINIO
MNEMA EDITORA
182,00
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Diferentemente de Virgílio, que, praticando épica, narra o mito da fundação de Roma num passado épico longínquo; diferentemente de Catulo e Horácio, que, praticando entre outros os gêneros lírico e iâmbico, descrevem afetos subjetivos, amores e ódios; diferentemente enfim de Cornélio Nepos, Salústio, Tito Lívio e Tácito, que, praticando historiografia, narram mormente fatos e personagens reais, porém passados e sempre grandiosos, Plínio, o Jovem, nestas epístolas trata de algumas situações, personagens e espaços que ali não comparecem porque os vê a partir de uma proximidade no tempo e no espaço que hoje se entenderia como micro-histórica. A bem dizer Plínio, o Jovem, faz como que uma antropologia do cotidiano porque trata da vida contemporânea em Roma no tempo do imperador Trajano, de quem foi pessoa próxima. Embora íntimo do Imperador (de quem foi correspondente), Plínio descreve aqueles fatos e figuras menores do dia a dia que não cabem nos volumes de poetas e historiógrafos, amiúde dedicados aos maiorais. Ainda que nas epístolas ocorram situações e personagens que sabemos ser importantes na administração de Roma, quem comparece no volume e apresenta elemento diferencial são eventos e personagens menores, mas não menos importantes, em geral ausentes daqueles gêneros e autores: vemos então o afeto que Plínio nutre pela jovem esposa, conhecemos um escravo doente, conhecemos um amigo que Plínio quer recomendar, lemos o elogio que faz de jovens no início da carreira, contemplamos a importância das recitações privadas e a atividade poética de Plínio, lemos o elogio de amigos, amigas e escritores bem como a demonstração de luto pela doença e morte de algum deles e ao lado de tudo isso (por que não dizer?) lemos muitos faits divers, como um caso de adultério, o suicídio de um casal de idosos e um dito cômico. A única exceção, porém notabilíssima, são as famosas “epístolas vesuvianas”, em que Plínio descreve a erupção do Vesúvio em 79 d.C. e a catástrofe que se abateu sobre Pompeia e adjacências. As epístolas de Plínio não nos apresentam enfim apenas matéria diferente do que se lê na poesia e na historiografia, mas oferece-nos matéria complementar a elas.
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