Risos no Hospício

CASTELO, CARLOS
URUTAU EDITORA

52,00

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Otto Lara Resende contava do dia em que, diante das alarmantes notícias sobre uma greve geral, o amigo Rubem Braga lhe telefonou e convidou-o a ir ao Bar Luiz. “Vamos ver a crise de perto”, propôs. O episódio ilustra a peculiar lógica do cronista. A ele interessam as miudezas, que quase sempre, num aparente paradoxo, têm o poder de iluminar o quadro geral. Pois Carlos Castelo é um dos mais brilhantes em atividade. Seja nas máximas cheias de verve e ironia, seja nos textos mais longos, papeia com o leitor como se estivesse à mesa do bar, de bermuda e chinelos, sob a brisa fresca da tarde. Se há forma melhor de se conversar, desconheço. Marcelo Moutinho Carlos Castelo é um ótimo cronista. Admiro seu estilo calmo, sem pressa, de quem sabe conversar (sem nunca gritar) com o leitor. Pode ser muito engraçado, mas em geral seu humor é discreto — vence por pontos, não por nocaute. Pode ser lírico, até. De um lirismo suave, pouco dramático, em sintonia com o país de Rubem Braga e João Gilberto. Fabrício Corsaletti O cronista é, antes de tudo, um irreverente. A reverência pomposa não combina com a crônica, seja ela direcionada a personalidades, lugares ou ideias. Certa vez, Castelo perguntou a seu leitor: “E se Jesus morresse no sofá? Uma coisa é certa: decorar as igrejas seria complicadíssimo!”. Assim é o cronista, um sujeito capaz de fazer troça até dos objetos mais sacrossantos, como os sofás. Que tipo de pessoa levantaria perguntas dessa espécie? Só um louco. Ou um cronista. Marcelo Dunlop
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