Lugar Comum - (Urutau Editora)

PAIM, MARIANA
URUTAU EDITORA

45,00

Estoque: 11

algumas vezes é preciso cruzar a muralha da china Mariana Paim Para Milton Santos, cada lugar é um mundo inteiro, a partir da perspectiva de que o espaço gera uma tensão de forças que modifica a paisagem natural, cartográfica e psicossocial e dialoga entre si e para fora. Há entrecruzamento, violência, hibridismo e contágio (palavra tão cinzenta nesses dias, mas que na visão de Deleuze e Guattari ganha uma dimensão de possibilidades e resistência). Um lugar também é feito de vazios que se aproximam, se despem e trilham jornadas diversas, como ilhas, como línguas que, um dia nascidas, e com tanto a dizer, hoje são puro deserto: nesse mundo existem mais de seis mil línguas quantas delas já morreram e quantas possibilidades de mundo se perderam com elas em silêncio como agora que sinto que dentro de mim tudo é ilha e em você também Pensando nesses espaços, Lugar comum, de Mariana Paim, sustenta um coral de cifras atravessadas pela ausência e por uma beleza longa e delicada, especialmente erótica, de capturar palavras em pleno voo, de sondar o indizível e de pensar no isolamento que nos impõe o instransponível(?) e um novo e confuso imediato: só tua voz na tela arranhando o vermelho Nesses lugares, a poeta também trabalha a reinvenção de distâncias, rememorações, perdas, perpetrações tecnológicas e o próprio ofício de alinhavar palavras. Mas, como atesta o título do volume, é o lugar partilhado, e do amor, sob nuances em trânsito, perto-longe, que impera, reinando-conversando sobre todas as outras, relevantes, pontuações, conferindo a tônica do livro e trespassando o olhar da leitura. Tenho uma noite à minha espera e nenhum mudo convite só à espera Espera que em minha cama [nem branca ou limpa] teu corpo possa amanhecer manhãs No livro aqui tateado, seja nas formas breves, seja em textos mais longos, seja, ainda, em feições que dançam sobre a página, ou por meio das googlagens, há uma voz poética firme e consciente de suas trilhas, que passeia por uma lira cotidiana e por fissuras tênues do corpo, cortinas de silêncio, montando um conjunto de poemas que nos tocam e pedem perene passagem, como um mar, cujas águas sempre molham de encanto nossos pés. Clarissa Macedo
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