Marx, Engels E A Revolução De 1848

CLAUDIN, FERNANDO
BOITEMPO

93,00

Sob encomenda
13 dias


O ano de 1848 é considerado um marco na história das revoluções e levantes populares. Em um curto período, as capitais do Velho Mundo foram sacudidas por protestos e demandas por transformação social. Karl Marx e Friedrich Engels participaram ativamente desses movimentos, em um momento que representou o auge de sua atuação política direta. No livro Marx, Engels e a Revolução de 1848, o revolucionário e teórico espanhol Fernando Claudín traça um minucioso retrato da trajetória da dupla durante esse período — desde a véspera da publicação do Manifesto Comunista, passando pela intensa troca de correspondências entre eles, sua articulação com outras forças políticas, até suas contribuições ao periódico A Nova Gazeta Renana, do qual Marx foi editor-chefe. O resultado é uma análise rigorosa de documentos e testemunhos, mostrando como essa conjuntura revolucionária – e as lições tiradas da derrota do campo progressista e socialista – influenciaram o desenvolvimento do pensamento de Marx e do horizonte militante comunista. Considerado um dos maiores marxistas e intelectuais espanhóis do século XX, Claudín deixou um legado marcante tanto no campo das ideias quanto na prática política. A obra ganha agora tradução para o português, realizada por José Paulo Netto, que destaca: "Este ensaio é pioneiro ao examinar, sob uma perspectiva marxista — não doutrinária, mas rigorosa e objetiva — os processos revolucionários que abalaram a ordem europeia estabelecida pela Santa Aliança e consolidada no Congresso de Viena (1815). Em sua pesquisa, Claudín revela a diversidade e a complexidade da 'Primavera dos Povos', ao mesmo tempo que recupera criticamente as análises produzidas por Marx e Engels no calor dos acontecimentos." Trechos “Todo o sistema de regimes reacionários e de relações internacionais opressivas instaurado pelo Congresso de Viena de 1815, o sistema da Santa Aliança, sentia-se ameaçado. Seus principais representantes e beneficiários eram plenamente conscientes do perigo, como o demonstra, entre outros documentos, a correspondência secreta de Nicolau I. Em carta de 18 de janeiro de 1848, afirma ao rei da Prússia que se aproximam inelutavelmente ‘terríveis desgraças’ e somente ‘ações’, não ‘palavras’, podem salvar a Europa. Ele acolhe favoravelmente a proposta de Metternich de criar em Viena, com representantes da Áustria, Prússia e Rússia, um organismo especial encarregado de seguir diuturnamente o desenvolvimento dos acontecimentos europeus. E num documento sobre a situação internacional, deste mesmo mês de janeiro de 1848, o tsar se declara pronto a intervir nos assuntos alemães em caso de revolução: “Em nome dos nossos interesses, é preciso intervir decididamente contra o mal, que nos ameaçaria a nós mesmos, e unir sob as nossas bandeiras todos os que permaneçam fiéis à ordem. Este papel convém à Rússia, eu o assumo e com a ajuda de Deus sairei ao encontro do perigo invocando a justiça e rogando a Deus”. “Todas as contradições de classe se crispam: burguesia-proletariado, burguesia-artesãos, burguesia-nobreza, campesinato-nobreza. Em primeiro plano, condicionando todos os outros antagonismos, situa-se o antagonismo entre o conjunto de classes e camadas sociais que então constituem o “povo” – desde os operários, artesãos e camponeses até a burguesia – e o regime monárquico-absolutista, cujos principais instrumentos são o Exército, a polícia e a famosa burocracia prussiana. À frente do conglomerado antiabsolutista aparece, com papel indiscutivelmente hegemônico – constata Engels –, a burguesia liberal. A classe operária propriamente dita não representa mais que uma pequena porcentagem da população. No proletariado predominam os artesãos pobres, em vias de proletarização”.
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