O Acontecimento Cênico - Ensaios de Uma Linguagem

GUERRA, DANIEL
KOTTER EDITORIAL

49,70

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***O acontecimento cênico: ensaios de uma linguagem conta com um estudo crítico de importantes autores das teorias da cena, como Erika Fischer-Lichte e Hans-Thies Lehmann, aprofundado pela leitura de pensadores de outros campos do saber – aqui entra Jacques Lacan com suas provocações sobre a linguagem, Walter Benjamin e sua enorme contribuição em torno da narrativa, Martin Heidegger e sua insistência ontológica no ser e Roland Barthes, que propicia análises agudas em torno da imagem. É com essa miscelânea – e outras mais -, que o autor deste livro abre fendas nos estudos da cena. Com um estilo ao mesmo tempo sóbrio e ensaístico, o texto traz o caráter investigativo da teoria e literário da forma. Escrito num ritmo entrecortado e insistente, trata-se de um livro de vai-e-vem que, na tentativa de refletir sobre a cena, nos entrega de presente uma noção promissora: a de acontecimento cênico. Em tempos de estudos tão fragmentários, a costura mostra sua potência. ***A arte, como a vida, é um acontecer espiralar e imprevisível. Portanto, como diz o próprio autor deste livro, ela é um enigma. Daniel Guerra, através de uma reflexão cênico-filosófica, nos convoca a redimensionar em seu grau mais elevado o que venha a ser um acontecimento-cena, ou a cena como ser-do-agora. Na tríade investigativa “ser, cena e acontecimento”, instaura-se a irrupção ontológica do fazer/pensar as artes cênicas em uma visada crítica e necessária sobre o fenômeno hermenêutico do existir e, por isso, do criar. Deslocando a cena de seu lugar intangível, alegórico e impositivo, Guerra a lança no tempo-espaço do histórico e do estético, fazendo tremer as bases de pensamentos obtusos sobre a produção artística ao localizá-la enquanto sintoma, problema e pertinência no mundo. Este livro torna-se, por si só, um desvelamento teórico-conceitual sobre a práxis criativa, sobre o efêmero, sobre o que acontece e é, ao mesmo tempo. Trata-se de um aguçado estilhaçar de espelhos que narcisos e narcisas da cena construíram e perpetuaram sob o manto da conveniência e da segurança retóricas que tornam impalpáveis os solos do brotar de dissidências e dissonâncias. Daniel Guerra nos convoca a um mergulho no abismo em vôo simultaneamente transcendental e telúrico, no qual a arte e sua iridescência forjam as mais diversas relações estéticas, políticas, sociais e humanas. ***
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