Modernidade Em Cena


KOTTER EDITORIAL

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8 dias


***Este livro, que dá continuidade À Sombra do Vampiro: 25 anos de teatro de grupo em Curitiba, (Kotter Editorial, 2018), se dedica a aspectos da cultura e do sistema teatral curitibano, desde a segunda metade do século XX até o advento do dito “teatro de grupo”. Não tem a pretensão de ser uma história do teatro curitibano, daí o leitor mais entusiasmado procurar certos assuntos, nomes, títulos e se deparar com algumas lacunas, as quais não temos dúvidas, serão objeto de pesquisas vindouras. Tampouco o livro está organizado de maneira a oferecer um “quem é quem” do teatro curitibano dos últimos anos. Isso seria impossível. Os autores foram estimulados a aportarem suas colaborações de acordo com suas afinidades eletivas, suas memórias afetivas ou suas especialidades de pesquisa, o que contribui para que várias narrativas sejam marcadas por certa nostalgia e por certa dose de informalidade no tratamento da matéria. Centrado no mote da modernidade, cada colaborador cria, reformula e desenvolve, com particular estilo e método, descrições e análises que contribuem para demonstrar que durante a segunda metade do século XX, Curitiba, herdeira de uma cultura teatral incipiente, contraria o solo aparentemente infértil e insiste em se expressar teatralmente. A cidade acaba nesses cinquenta anos por desenvolver seu próprio sistema teatral. Este, por sua vez, configura um mercado teatral muito específico. Instável, certamente, dependente do poder público, em alguma medida, e com características locais, cuja abrangência regional sempre se dá numa relação de tensão com a produção do eixo Rio-São Paulo. Ao longo deste tempo e na sua dimensão, o teatro da capital paranaense dá sinais de arrojo estético, vitalidade política e rigor profissional. A Modernidade em cena: 50 anos de teatro em Curitiba contribui para uma percepção cada vez mais acurada acerca de um teatro efervescente e inquieto. Assim como Curitiba, o teatro feito em outras capitais do Sul, Centro Oeste, Norte, Nordeste ou Sudeste integram a mesma marcha da plural e diversificada cultura teatral brasileira. A primeira historiografia ao se debruçar sobre o “teatro nacional” não teve meios de abordar, com a devida acuidade, as manifestações realizadas Brasil afora, concentrando-se no eixo Rio-São Paulo, efeito que agora vem sendo aos poucos corrigido, graças a esse tipo de iniciativa. Por fim, resta lembrar que é mantida grande autonomia entre os capítulos, decisão editorial que acarreta alguma repetição de nomes, fatos, dados e feitos os quais, naturalmente, não comprometem a leitura, visto que não se trata de obra a ser lida “de fio a pavio”. A virtude da obra está na independência de cada uma das suas partes e ao mesmo tempo na sua homologia. ***
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